Origens adm
Rodolfo Antônio Lopes e
Denise de Castro Pereira ( * )
Uma das questões que se colocam quando nos propomos a discutir o conceito de “administração” ou “gerência” é a localização de suas origens: onde nasceu? Como? Que condições foram alteradas ou criadas para que ela surgisse como um elemento necessário às organizações?
Estas são questões cuja resposta certamente contribuirá para a melhor compreensão da gerência, tal como a reconhecemos hoje. Um primeiro aspecto a considerar é que as funções administrativas não surgiram, como querem algumas interpretações, da simples relação entre homens vivendo juntos, já nos primórdios da existência humana. Ainda que se possa considerar a presença de atividades que mais tarde seriam reconhecidas como funções gerenciais, isto por si só não configura a existência da administração. BRAVERMAN (1980) menciona, dentre outras, o controle de grandes turmas de trabalhadores nas pirâmides ou nos aquedutos romanos, a construção das arenas e das catedrais, a divisão do trabalho nas oficinas para fins militares, o sistema italiano de contabilidade e a direção de estâncias agrícolas. Mas lembra que “esses predecessores, todavia, empreendiam sob condições escravistas ou outras formas de trabalho cativo, tecnologia estacionária e ausência da necessidade capitalista de expandir cada unidade de capital empregado e, deste modo, era marcadamente diferente da administração capitalista” (grifo nosso) . Torna-se perceptível através da história que o perfil capitalista constituído pela sociedade, a partir do período feudal, estabeleceu condições sociais, políticas e econômicas, capazes de demonstrar como e porque a administração se inscreve num movimento ou processo de construção, consciente e deliberado, de uma ordem dominante