Origem do Símbolo do coração
O homem sempre teve a necessidade de criar símbolos, transformando, inconscientemente, objetos ou formas que passam a fazer parte de sua religião ou de sua arte visual. Eles foram, e, quem sabe ainda são, fatores complementares para o entendimento do mundo que nos cerca.
Erich Fromm (1900-1980) distingue os símbolos em convencionais ou acidentais e universais (Nager, 1993). Os símbolos convencionais teriam a simples função informativa, enquanto os universais, um sentido mais amplo e profundo. Os símbolos universais certamente são os mais curiosos.
Muito antes da descoberta da função de bomba impulsionadora do sangue, o coração foi tido como centro da vida, da coragem e da razão. Seu símbolo é o mais universal dos símbolos. De onde, e, quando, surgiu essa representação, sempre despertou a curiosidade dos historiadores, vez que pouco tem a ver com o coração anatômico. Para alguns, sua origem deve-se à semelhança com a folha da hera, que na Antiguidade representava o símbolo da imortalidade e do poder. A seu turno, Plutarco (46-120 d.C.), na obra sobre o mito de Isis e Osiris no Egito, assevera que o pessegueiro era dedicado a esses deuses, por ter seu fruto, a forma do coração (Vinken, 2000). Em conseqüência, a representação anatômica desse órgão conservou durante muitos anos a forma ovalada da fruta.
A palavra coração deriva do grego e do latim cor. Ambas têm origem na palavra kurd do sânscrito, que significa saltar (Nager, 1993; Boyadjian, 1980; Acierno, 1994).
A mais antiga representação do coração, de que se tem conhecimento, data de 1200 a.C. Trata-se de um vaso da cultura Olmeca do México, provavelmente usado nos sacrifícios humanos desse povo. O vaso tem a forma grosseira do coração com os três vasos originando-se em sua base (Vinken, 2000)
No tempo dos babilônios houve um esforço por aqueles que praticavam a medicina, em separar os conhecimentos médicos, da magia e da religião, como comprovam os documentos em escrita