Origem Comum
Diz-se que um grupo de organismos tem origem comum se todos partilham um ancestral. Em biologia, a teoria da origem comum universal postula que todos os organismos na Terra descendem de um ancestral comum, ou de um pool de genes ancestral.
A primeira teoria da origem comum universal baseada em princípios evolutivos foi proposta por Charles Darwin nos seus livros A Origem das Espécies (1859) e The Descent of Man (1871). Esta teoria é hoje aceita unanimemente pelos biólogos, e crê-se que o mais antigo ancestral comum universal (LUCA – do inglês last universal common ancestor) de todos os organismos vivos modernos tenha surgido há cerca de 3,8 bilhões de anos (ver: origem da vida).
História A primeira sugestão de que todos os organismos podem ter tido um ancestral comum e divergido através de variação aleatória e seleção natural foi proposta em 1745 pelo matemático e cientista francês Pierre-Louis Moreau de Maupertuis (1698-1759) na sua obra Vénus physique: "Não se poderia dizer, considerando as combinações fortuitas dos produtos da natureza, e a certeza de entre elas haver as que se caracterizam por uma certa condição de forma que lhes permite subsistir, que não é de admirar que esta boa forma esteja presente em todas as espécies que existem no presente? O acaso, poder-se-ia dizer, produziu uma multiplicidade inquantificável de indivíduos; uma pequena porção destes resultou de tal forma que as partes do animal eram capazes de satisfazer as suas necessidades; numa outra porção, infinitamente maior, não havia nem ordem nem boa forma: destes, todos pereceram. Animais sem uma boca não podiam viver; outros sem órgãos reprodutivos não se podiam perpetuar... As espécies que vemos hoje são apenas a mais pequena parte do que o destino cego produziu..."
Em 1790, Immanuel Kant (1724 - 1804), na sua obra Kritik der Urtheilskraft, afirma que a analogia das formas animais implica um tipo original comum e, portanto, um ancestral comum. Em