Orgulho
O tema orgulho é pouco explorado no que diz respeito a pesquisas acadêmicas de cunho psicológico. Em uma pesquisa realizada em uma importante base de dados da internet, ISI Web of Knowledge, o resultado encontrado foi 14 artigos, sendo que destes apenas 7 se referiam ao tema proposto. Ao pesquisar produções em português, o resultado foi ainda menor. A maioria das produções encontradas referem-se à orgulho LGBT, orgulho negro e religioso. Em pesquisas de abordagem cognitiva, o orgulho aparece como uma emoção muito experienciada, entretanto essa vivência não tem interessado pesquisadores e teóricos a tratarem do assunto. Este trabalho visa investigar introdutoriamente essa emoção pouco estudada, através do contexto do orgulho religioso. A principal questão seriam quais os benefícios ou qual a importância do orgulho para o ser humano, tendo em vista uma abordagem cognitiva e também filosófica. Os primeiros estudos encontrados na pesquisa bibliográfica foram estudos de David Hume. Este filósofo fala que o orgulho é uma das paixões classificadas como indiretas, pois não nascem imediatamente do bem ou do mal, do prazer ou da dor, e sim procedem destes mesmos princípios, mas mediante a combinação de outras qualidades. O texto original, localizado no seu Tratado da Natureza Humana, fala, além do orgulho, do seu oposto, a humildade. As paixões de orgulho e humildade são classificadas também como impressões secundárias, uma vez que procedem das originais (impressões sem nenhuma percepção antecedente, dos sentidos), seja indiretamente, seja pela interposição de sua idéia. Essas impressões reflexivas (ou secundárias) seriam, segundo Hume, tranqüilas (sentimento de beleza e feiúra) e violentas (paixões de amor e ódio, pena e alegria, orgulho e humildade). O orgulho e a humildade, sendo despertados, dirigem imediatamente nossa atenção para nós mesmos e