organização
Inicialmente devemos notar que, se compararmos com outras obras de Martin Scorsese como "Touro Indomável", "Taxi Drive" e “Os Bons Companheiros”, não há grandes e/ou profundas observações a serem feitas do ponto de vista cinematográfico.
Porém, ao analisarmos dentro de um contexto histórico-social, podemos vislumbrar o final da obra como uma metáfora ao "organismo vivo" que são as cidades de um modo em geral. No caso em questão, a cidade de Nova York. Inúmeras historias significativas ali se desenrolaram. Historias de imigrantes que moldaram o país; disputas ideológicas e sociais que estão intrínsecas até hoje na sociedade americana e que muitas vezes foram esquecidas, engolidas e “fagocitadas” pela corrida econômica e industrial que fizeram a cidade (uma célula viva que esta sempre em transformação do ponto de vista social) crescer mais do que sua própria historial pôde acompanhar.
Dentro desse entendimento, podemos ainda analisar o final a partir de um ponto de vista ate mais "humano", onde vemos que a mensagem não dita do final, também fala sobre como as disputas pessoais e regionais que tinham significados e importâncias tão grandiosas no passado, foram subjugadas e abandonadas pelo crescimento desenfreado da cidade.
Por fim também, levando em consideração a relação pessoal que o diretor sempre teve com a cidade de Nova York, podemos observar ainda que o mesmo deixa a entender que ela é uma cidade tão grandiosa, que muitas vezes se tem a história no "quintal de casa", e não a observamos por sempre estarmos olhando para o outro lado dentro da grande "esteira do progresso".
Pedro J. Soares
Bacharel em direito
Futuro jornalista e