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Quando o homem se “descola” da natureza, passa a se diferenciar dela, se propõe alguns problemas, algumas indagações que perpassam o próprio pensamento, o comportamento e outras tantas atividades subjetivas, como os sonhos, as sensações, as percepções e a memória. Podemos então definir que "consciência em seu caráter imediato é o quadro do mundo que se revela ao sujeito, no qual estão incluídos ele próprio, suas ações e estados" (Leontiev, 1978, p. 99).
O nascimento da consciência humana não requisitou de imediato seu conceito (observe-se que a consciência vai se tornar objeto de estudo somente na era da psicologia científica), mas sim conceitos de fenômenos psíquicos que naquele determinado momento histórico eram importantes. Assim é que temos idéias psicológicas, pois o conceito de consciência propriamente dito é novo. O filósofo da Antiguidade fala em psique, alma.
A idéia de alma nasceu sem dúvida de experiências fundamentais: nascimento e morte, sono e sonhos, síncopes, delírios, etc., inerentes a uma primeira e obscura tomada de consciência, pelo homem, de sua própria realidade no mundo (Mueller, 1978, p. 3).
Retomando então nossa tese, é com o nascimento da consciência enquanto consciência de ser, na medida em que o homem passa a se diferenciar de outros animais, que nasce também a idéia de alma.
A noção de alma é até uma idéia necessária, porque, definida enquanto entidade em si ou substância, revela-se como o reconhecimento de atividades psíquicas ou espirituais, enquanto manifestação de uma realidade