Olhe Para as Flores
Duas da manha. O horário que tudo acontecia. O horário que aterrorizava ate os mais perversos sonhos de Daniel. O adolescente gordo, de estatura baixa, cabelos negros e olhos azuis morava com os pais na zona rural de uma pequena cidadela no sul dos EUA, em um sobrado velho, sombrio, totalmente feito de madeira já descolorida e surrada pelos efeitos exógenos. Na madrugada de todas as noites a casa rangia como se estivesse tentando expulsar algo preso nela. A construção gritava como se estivesse sendo machucada a cada instante, torturada. O pai dizia ser devido ao forte vento na região, pois moravam em uma colina, ou pelo menos era nisso que Dan tentava acreditar todas as noites quando era acordado por tais barulhos.
Sonhos... Ou seriam pesadelos? O garoto constantemente sonhava com um irmão que tivera a muitos anos atrás, e que subitamente desapareceu. Era pequeno, apenas 2 anos, ou talvez menos, dificultando o exercício da memoria. Lembrava apenas algumas características como o sorriso fácil e cativante, e a grande massa corpórea. Os pais nunca mencionavam tal filho, levando Dan a crer muitas vezes que seria apenas invenção de sua cabeça...
As escadas da residência levavam unicamente a um cômodo. Ambas as portas tinham uma cor estranhamente avermelhada, carmesim. Pelo menos do lado de fora. Elas estavam sempre trancadas e era estritamente proibido tentar entrar. O garoto contentava-se a olhar do pe da escada, todos os dias, em uma tentativa frustrada de desvendar o que poderia haver ali.
Dan acordava todas as manhas com o cheiro característico dos bacons que a mãe fazia, junto de um guisado, preparado em uma enorme panela. O motivo do instrumento ser tao grande era desconhecido, e ele continha-se com a explicação materna de que era pra render mais, pois o menino precisava crescer forte e saudável. O pai cortava lenha no quintal todos os dias, para abastecer o fogão a lenha , onde era preparado todo o alimento da família.
Existia