Marc Bloch expõe na obra sua visão de para que serve a História, o que é História e o papel do historiador. Além disso, Bloch reivindica para a História um lugar como ciência. No Cap. I: A história, os homens e o tempo, Bloch ressalta que o objeto de estudo da história é o homem em função do tempo. E o historiador é aquele que estuda não apenas o homem, e sim o homem em função do tempo. Não se esquecendo do presente, pois é para responder indagações do seu tempo atual que o historiador se volta ao passado. Porém, não se deve cair no “erro do começo”, quando se acredita que a origem de algo é igual à sua condição atual. O passado é, infelizmente, muito usado para justificar e ajudar a enaltecer o presente ou para condená-lo. Quando se quer engrandecer ou rebaixar um povo, são usadas crenças comuns tais como: a cultura helênica sempre foi grandiosa ou os povos árabes sempre foram bárbaros. Isso nos induz ao erro do julgamento, grande erro do historiador. No Cap. II: A observação histórica, Marc Bloch define que o historiador vive um dilema: não pode ele próprio constatar os fatos que estuda. Ele compara o ofício do historiador ao de um detetive que precisa reconstruir um crime ao qual não estava lá para observar. Dependendo portanto, de relatos escritos por quem estava lá para presenciar os tais fatos. E nem mesmo esses relatos trazem até nós a visão completa da verdade: trazem-nos apenas um ou dois lados do ocorrido. Define-se o passado como um dado que não mais sofre mudanças, o que sofre modificações constantes é o conhecimento e a visão que se tem hoje sobre o passado. É também exposto outro dilema comum ao historiador, que é sua dependência de relatos históricos escritos e achados arqueológicos para relatar e – de certa forma – construir os fatos. Mas relatos escritos falsos são um grande problema, levando assim os historiadores a tecerem um relato enganoso da História. No Cap. III: A crítica, Bloch encara a possibilidade de elevar a História ao