• Ofensiva Capitalista, Despolitização e Politização dos Conflitos de Classe.
Para que haja um entendimento a cerca dos Movimentos Sociais, a autora, Duriguetto, aborda alguns conceitos que baseiam seu texto. Dentre estes conceitos estão: sociedade civil e sua categoria, a questão social e hegemonia. E, para compreender a configuração das lutas sociais, é necessário entender a relação entre questão social, sociedade civil e movimentos sociais. Durante a fase do capitalismo monopolista o binômio taylorismo/fordismo passa a configurar a dinâmica econômica sócio-política nos países centrais do segundo pós-guerra. O desemprego, a falta de crescimento econômico e as quedas das taxas de lucro resultaram em uma crise estrutural do capital. Com isso, os bancos multilaterais e as grandes corporações buscaram saídas para reverter à situação. Esse processo de restauração capitalista é fundamental para entendermos a atual fase do desenvolvimento capitalista e dos processos de organização dos consensos, da dominação e dos conflitos sociais. Transformações nas formas de produção e de gestão da força de trabalho foram necessárias para reverter à queda das taxas de lucro e para criar condições para a exploração da força de trabalho. Com a mundialização da economia, os grupos industriais transnacionais, articulados às instituições financeiras, passam a exercer o comando da acumulação. Os processos de reestruturação produtiva e da mundialização do capital configuram uma contrarreforma do Estado. Nesse sentido, uma das funções econômicas do Estado passou a ser a de garantir condições mais atrativas aos investimentos estrangeiros, e, neste cenário, é preconizada a redução da intervenção estatal no financiamento e na operacionalização das políticas sociais. As políticas sociais assumem uma nova feição compatível com as estratégias de acumulação, e as políticas neoliberais foram implementadas na década de 90 como a única saída para a crise brasileira. As mudanças no mundo do