Obá no Candomblé
O Candomblé aportou no Brasil através dos sacerdotes africanos que vieram para o país como escravos, juntamente com sua cultura e seus idiomas, entre 1549 e 1888. Os africanos tentaram, de uma forma ou de outra, continuar praticando suas religiões em terras brasileiras, muitas vezes através do sincretismo. Os negros não podiam ter sua própria fé, eram obrigados por seus senhores a rezar para santos católicos. Para resolver esse problema, eles usavam imagens de santos católicos em suas orações e as equiparavam a seus orixás. Criavam, como camuflagem, um altar com imagens de santos católicos e , por baixo, os assentamentos escondidos.
Obá é conhecida como a grande rainha das guerreiras. É filha de Yemanjá e conhecida pelo fato de ter seguido um conselho de Oxum e decepado a própria orelha para preparar um ensopado para o marido na esperança de que isto iria fazê-lo mais apaixonado por ela. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão.
Essa Yabá (como são chamadas as Orixás femininas) é associada à força, valentia, coragem e determinação. Veste vermelho e branco, usa escudo, arco e flecha. Representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente). Obá constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas. Sincreticamente Obá era Joana D'arc, Santa Catarina e até mesmo Santa Bernadete.
E aí vem Obá, com toda sua marra, sabedoria e coragem, cantada por Caetano: "Obá, não há homem que enfrente, a guerreira mais valente"! Obá rende-se ao amor, mas não ao homem! Ela faz alguns esforços por amor, mas não pelo