Objeto de Estudo: Análise sobre o paradigma da Mentalidade Ultra
A subcultura do “movimento ultra” continua nos dias de hoje como um fenómeno sem paralelo na grande maioria do mundo moderno, mais situado na Europa, o fenómeno das claques é fundamental no universo social futebolístico. A descoberta do chamado movimento ultra em Portugal teve a sua génese nos exemplos italianos, foi algo de deslumbrante, tanto pela amplitude que agrega milhares de grupos disseminados por todas as divisões do futebol em geral e nas mais diversas modalidades, mas também pelos valores e ideais transversais ao “Movimento Ultra”. Foi muito interessante perceber que os verdadeiros grupos ultra têm valores e códigos de conduta extraordinariamente fortes, significando de uma forma objetiva um verdadeiro laboratório sociológico, dadas as dinâmicas e interações que se manifestam num fenómeno participado por milhares e milhares de adeptos, pertencentes a várias gerações e provenientes das mais diversas origens sociais.
Valores como a solidariedade, a entreajuda, a amizade, lado a lado, com uma inerente irreverência e uma insubmissão intrínsecas às gerações mais novas, oferecendo um apoio forte, organizado e combativo ao seu clube. Contudo, o movimento ultra vai-se afirmando pela indomável vontade de participar e intervir na vida do clube e do que com ele se relaciona, recusando o papel de meros espectadores passivos. Na mentalidade ultra, o futebol é para ser vivido de forma participada, o movimento ultra tem como característica central uma integral vontade de tomar posição em relação a temas transversais de interesse dos seus clubes, assim como, de temas de interesse dos adeptos de todas as cores, esta forte vontade de participar intervém em temas universais, assumindo a condição de cidadania, de que não abdicam, estas características inerentes ao genuíno movimento ultra distinguem-nos dos restantes adeptos e, paralelamente combate a