Não amamos o que queremos

AMOR: UMA VIRTUDE

Prof. Wilson Klain

Não amamos o que queremos, mas o que desejamos; o que amamos não escolhemos.
Como poderíamos escolher nossos desejos ou os nossos amores? O amor não se comanda e não poderia: como conseqüência, seria um dever.
"O que fazemos por coerção, não fazemos por amor." Escreveu Kant.
Qual mãe alimenta seu filho por dever?
Quando o amor existe, quando é o motivo da ação, não há dever!
Isso também é válido em nossa vida moral ou ética. Só necessitamos de moral quando falta amor, e é por isso que temos tanta necessidade de moral!
Assim, existe uma virtude maternal, uma virtude conjugal, no próprio amor, disso não há dúvida. Pode-se dar o seio, dar-se a si mesmo, pode-se amar, acariciar, com mais ou menos generosidade, mais ou menos prudência, mais ou menos humor, mais ou menos simplicidade, mais ou menos amor... Eis a virtude. A virtude não está na intensidade, mas na simplicidade, no equilíbrio.
E há outra, ou várias outras formas, tantos quanto são os indivíduos e os casais, de fazê-lo bem (o amor), que é a virtude.
Há uma maneira egoísta, medíocre, odienta, às vezes de fazer amor.
O amor físico, carnal, não é mais que um exemplo, e que seria absurdo hipervalorizá-lo, como muitos fazem hoje. O amor, se nasce da sexualidade, como afirma Freud, e como penso também, não poderia reduzir-se a ela, e em todo caso vai muito além de nossos pequenos ou grandes prazeres eróticos. E, toda a nossa vida, privada ou pública, familiar ou profissional, só vale proporcionalmente ao amor que nela encontramos.
Assim, tudo orienta-se pelo amor: na sua presença, a virtude; na sua ausência, o dever. Encontrar o amor na vida é encontrar a