Nova ideologia
As novas ideologias
As três grandes correntes ideológicas actuais.
Em primeiro lugar,[mencionemos] a ideia básica da teologia da libertação, que, no fundo, teve eco emquase todos os continentes. [Antes de mais nada,] é preciso ressalvar que pode serinterpretada num sentido positivo. A ideia fundamental é que o cristianismo tambémtem de ter efeito na existência terrena do homem: tem de lhe dar a liberdade deconsciência, mas também tem de procurar fazer valer os direitos sociais do homem. Masquando essa ideia é aproveitada num sentido unilateral, procura, em geral, ver nocristianismo o instrumento de uma transformação política do mundo. A partir desseponto, tomou forma a ideia de que todas as religiões seriam apenas instrumentos para adefesa da liberdade, da paz e da preservação da Criação; teriam, pois, de justificar-seatravés de um sucesso político e de um objetivo político. Essa temática varia segundo assituações políticas, mas atravessa os continentes. Hoje, enraizou-se fortemente na Ásia,mas também na África. Penetrou até no mundo islâmico, onde também há tentativas deinterpretar o Corão no sentido da teologia da libertação; são marginais, mas nosmovimentos terroristas islâmicos a ideia de que o Islão deveria realmente ser ummovimento de libertação - por exemplo, contra Israel - teve um papel fundamental.Entretanto, a ideia de libertação - se pudermos chamar liberdade ao denominadorfundamental da espiritualidade moderna e do nosso século - também se fundiufortemente com a ideologia feminista. A mulher é considerada o ser oprimido porexcelência: por essa razão, a libertação da mulher seria o núcleo de toda a actividadelibertadora. Aqui ultrapassou-se, por assim dizer, a teologia da libertação políticamediante outra antropológica. Não se pensa apenas na libertação dos vínculos própriosdo papel da mulher, mas na libertação da condição biológica do ser humano. Distingue-se então o fenómeno biológico da sexualidade das suas expressões históricas,