trabalho
Ideologia e Alienação
Fábio Souza C. Lima
Historiador e Filósofo, Especialista em Educação.
Professor do Instituto de Educação Carmela Dutra e do C. E. Olegário mariano
Todos conhecem a famosa fórmula de Karl Marx, que diz: “religião é o ópio do povo”, isto é, um mecanismo que vicia para fazer com que o povo aceite a miséria e o sofrimento sem se revoltar, acreditando que será recompensado na vida futura ou acreditando que tais dores são uma punição por erros cometidos numa vida anterior. Marx é um crítico ferrenho do uso histórico das religiões como ideologias formadas para a dominação do povo e, em sua obra Ideologia Alemã, esclarece as formas com as quais as ideologias são usadas para o controle social.
Passeatas, protestos, abaixo-assinados... nem pensar! Devemos ter esperança, como nas mensagens de televisão de todo fim de ano, de que tudo vai melhorar.
A ideologia é produzida em três momentos fundamentais: a) ela se inicia como um conjunto sistemático de idéias que os pensadores de uma classe em ascensão colocam no mundo. Nesse momento a ideologia se encarrega de produzir uma universalidade com base real para legitimar a luta da nova classe pelo Poder; b) ela prossegue tornando-se o que pensador italiano Antônio Gramsci denomina de senso comum, isto é, ela se populariza, tornando-se um conjunto de idéias e de valores concatenados e aparentemente coerentes; c) e mesmo após a vitória da classe que ascende ao Poder, a ideologia continua interiorizada como senso comum e continua a nortear a nova Ordenação Social.
Podemos utilizar como exemplo de introdução de uma ideologia, a Revolução Francesa, quando o Antigo Regime (Sociedade de Estamentos – Nobreza, Clero e Plebe + Burguesia), ruiu diante de uma nova ideologia que pregava liberdade de comércio e igualdade jurídica para todos os homens, sendo incorporadas gradualmente pela população. A burguesia, através de comícios, dos meios de comunicação e das escolas que controlavam,