Novas ideologias da revolução industrial
Assim caminha a humanidade . A história do trabalho humano é uma história de terror (1). A primeira civilização conhecida já era escravocrata, há mais de 5.000 anos. Na língua dos antigos sumérios, a palavra "escravo" derivava do termo utilizado para designar os estrangeiros, denunciando a origem política deste flagelo. Ao senhor de escravos tudo era permitido: torturas, sevícias diversas, mutilações, amputações, suplícios e abusos de toda ordem. O trabalho humano não tinha limite de horário ou esforço. A vida do escravo, mera mercadoria, dependia apenas do desejo do opressor. Na antigüidade não era incomum que os escravos fossem enterrados vivos, junto com o cadáver de seu senhor, para servi- lo no além-túmulo. É verdade que a História revela rápidos lampejos de humanidade na sociedade opressora. A própria palavra "trabalho" tem origem em tripalium, do latim vulgar, que era um instrumento de tortura composto de três paus. Trabalhar (tripaliare) nasceu com o significado de torturar ou fazer sofrer.
Aristóteles (384-322 aC) contava que, em Creta (2.200 aC), os escravos gozavam dos mesmos direitos dos cidadãos comuns, com apenas duas restrições peculiares: não podiam portar armas e estavam proibidos de fazer ginástica. Na Grécia clássica o trabalho braçal era desonroso e, por isso, entregue aos escravos. Aqueles homens livres que desenvolviam alguma atividade lucrativa eram tratados com desprezo, como negociantes (aqueles que negam o ócio).
Também os gregos foram transformados em escravos (146 aC). Em Roma (2) os escravos gregos se tornaram professores, filósofos e conselheiros de grande prestígio. Sem dúvida, a vinda dos gregos conquistados deu enorme impulso ao desenvolvimento cultural da civilização romana.
Em determinado momento da História a escravidão deixou seu fundamento político para lastrear-se exclusivamente nos interesses econômicos. Famílias inteiras, aldeias, tribos, eram subjugadas e seqüestradas para