Nova Geopolitica
Poder, geo-economia e geopolitica compõem o campo contemporâneo da segurança internacional. Com o fim da guerra fria, propagou-se a percepção superficial de que, doravante, as diferenças internacionais se confinariam ao campo comercial e financeiro (daí a voga da geo-economia) e que as manifestações de poder político e militar passavam a ser apenas marginais.
As questões de segurança internacional formam um contexto político específico e integrado. Os processos de globalização e regionalização econômica não existem isoladamente, pois se amparam na articulação da ordem política mundial, a qual, por seu turno, é condicionada por considerações de poder que concretamente condicionam.
Durante muito tempo, imaginou-se que a geopolítica e sua pesada tradição histórica - colonial, belicista e expansionista - estavam para sempre sepultadas. Este anúncio era obviamente precipitado. Na verdade, nem se devem separar as concepções geopolíticas das geo-econômicas, nem se poderia realmente omitir a questão do poder da análise político-estratégica.
Nesta fase, registra-se uma espécie de renascimento da geopolítica. A Europa se reorganiza com base em uma geometria flexível, ainda a ser precisada nos campos político, econômico e militar. Na África, expande-se uma inquietante zona de instabilidades que engloba Ruanda, Burundi e Zaire (Congo). Não há sinais de que esse processo, seus fluxos de refugiados e as rivalidades tribais, regionais e globais, nele subjacentes, já estejam sob controle. No Oriente Médio, as conhecidas oposições de forças entre árabes e israelenses se radicalizam, ao mesmo tempo em que