Nova droga permite morte de vermes parasitas causadores de doenças tropicais
Descoberta pode levar a novos tratamentos e vacinas para doenças como a cegueira do rio e a elefantíase
Pesquisadores desvendaram como a droga Ivermectina interage com o sistema imunológico dos hospedeiros para matar os vermes parasitas causadores de doenças tropicais como a cegueira do rio e a elefantíase. A descoberta inédita pode levar a novos tratamentos para estes tipos de doenças e ao desenvolvimento de vacinas.
A elefantíase, filariose linfática, é causada por pequenos vermes que se espalham através dos mosquitos e resulta em grave inchaço das pernas, braços e tronco. A cegueira do rio, oncocercose, é transmitida por moscas negras, e depois que os vermes morrem no olho de uma pessoa, eles podem causar cegueira e doença de pele debilitante.
A Ivermectina trabalha matando a primeira fase desses vermes no corpo humano, e também paralisando o trato reprodutivo dos adultos do sexo feminino, impedindo a reprodução de novos parasitas.
Os pesquisadores descobriram que a droga faz isso impedindo o verme de secretar proteínas através de um poro na parte mediana de seu corpo. A Ivermectina se liga a receptores nos poros e bloqueia a secreção.
De acordo com a equipe de pesquisa, são essas secreções que normalmente impedem que o organismo de uma pessoa ataque e mate o verme, mas, depois que a droga impede essa secreção, o próprio sistema imunológico do hospedeiro é capaz de eliminar os parasitas.
"Entender como os vermes estavam evitando as respostas imunológicas do hospedeiro vai melhorar muito nossa capacidade de manipular o sistema imunológico para a vantagem do paciente, e talvez para o desenvolvimento de vacinas", disse o pesquisador Charles Mackenzie.
"Além disso, um dos desafios mais importantes no esforço global contra a infecção filarial diz respeito ao desenvolvimento de resistência e a perda de eficácia dos medicamentos utilizados, este novo conhecimento oferece uma importante