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Em busca do equilíbrio, produtores controlam pragas e doenças com mecanismos como insetos e biodefensivos. por Joana Colussi 24/03/2015 | 04h31
O Rio Grande do Sul inaugurou em agosto do ano passado, em Montenegro, a primeira biofábrica de vespas, voltada ao controle biológico de lagartas de milho, soja, pastagens e hortaliças, como tomate e pimentão.
Resistência de pragas a agrotóxicos faz crescer interesse por controle biológico
Desde então, a unidade passou a produzir 160 cartelas por mês — cada uma com aproximadamente 50 mil ovos de microvespas. Para um hectare de lavoura, segundo técnicos, são necessárias, em média, duas cartelas para cobrir a área cultivada. No Estado, o serviço é oferecido gratuitamente para o agricultor.
— A demanda hoje é bem maior do que a produção. Recebemos pedidos de todo o Estado para diferentes culturas — conta Elder Leitzke, responsável técnico da biofábrica.
Em uma fábrica instalada no Centro de Treinamento de Agricultores da Emater, as microvespas são produzidas a partir de uma mariposa hospedeira, também desenvolvida no local.
No período médio de 60 dias, os ovos do inseto são encaminhados ao campo, onde eclodem e ajudam a controlar lagartas prejudiciais à produção — reduzindo o uso de agroquímicos. A biofábrica também facilitou a logística para o repasse dos insetos, que antes eram trazidos de São Paulo e Minas Gerais.
A procura por controle biológico no país vem crescendo para complementar a ação de certos tipos de defensivos químicos que não estão mais dando respostas no tempo necessário, destaca o agrônomo Alencar Rugeri, assistente técnico estadual da Emater:
— Sabíamos que a aplicação massiva de um produto acabaria trazendo outros problemas. É preciso buscar um equilíbrio da produção.
Controle biológico volta a ser alternativa
Acomodados por anos a soluções químicas prontas nas prateleiras para conter pragas, os produtores têm