Normas de transgressões da lingua portuguesa
Desde a década de 1970, as relações entre Portugal e suas ex-colônia as sofreram profundas alterações, a partir das quais se promoveu uma revisão dos conceitos que davam sustentação pragmática ideológica a essas relações, sobretudo no que se refere à tão debatida questão colonial. Atualmente, quando se discutem de forma mais aberta as diretrizes os resultados preliminares do amplo processo de globalização por que passam todas as nações politicamente organizadas, faz-se ainda mais necessário uma amplificação de nossas perspectivas culturais, redirecionando nossos interesses para realidades pouco contempladas pelas abordagens cultura listas tradicionais. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de retomada das relações político- culturais entre os países de língua portuguesa, relevando o aspecto peculiar e particularizador de suas respectivas culturas. Sob essa ótica, compreende- se a importância assumida, no presente momento, pelo estudo das literaturas africanas de expressão portuguesa, por meio do qual se busca promover uma aproximação entre culturas que, hlibertários da população, sendo utilizada a partir de perspectivas estéticas
Ideologizadas, já que se volta, a um só tempo, para a manifestação de uma Causa revolucionária e afirmação de uma identidade coletiva. Das sociedades Emergentes, como são a sociedade angolana e suas congêneres Lusas africano surge estético igualmente emergente, isto é, expressões
Artísticas comprometidas com a liberdade política da sociedade em que as mesmas se inserem: são manifestações estéticas em que a função social é, para além de significativa, orgânica. Daí o fato de as literaturas que representam os povos lusos africanos terem na transgressão do código lingüístico sua marca mais sugestiva, instaurando uma verdadeira tradição da transgressão. Uma tradição e uma transgressão, diga-se de passagem, que trazem em sua própria razão de ser modos de atuação que servem como paradigma para toda a literatura novecententista