Nordeste
Condições de Saúde
No período compreendido entre 1945 e 1964, o Brasil viveu uma fase de democracia, mas muitas das estruturas corporativistas, construídas nos anos precedentes, permaneceram intactas, especialmente no campo das relações de trabalho. Do ponto de vista dos marcos institucionais, esse período é caracterizado pela criação de instrumentos legais voltados para o funcionamento de um governo democrático. Verifica-se a consolidação da indústria, com a implantação da indústria pesada e a expansão extraordinária da malha rodoviária, integrando mercados regionais, até então excluídos do processo comercial.
Com os novos segmentos, a estrutura industrial se alterou significativamente. Os bens de consumo não duráveis, que, em 1919, perfaziam 76% da produção industrial, caíram para 53%, em 1959, enquanto os bens intermediários passaram de 22% para 34%. Ampliou-se a criação de empregos urbanos, que já representavam 45% do total da população, em 1960.
Com a instauração do governo militar, em 1964, foram realizadas as principais reformas econômicas e institucionais, com uma perspectiva centralizadora. Alterou-se a legislação trabalhista, sendo criadas instituições para promover uma política habitacional. Nessa fase, a integração de regiões a um mercado de nível nacional desencadeou o processo intenso de migrações rurais com destino urbano, com consequências negativas nas condições de vida das populações residentes nas cidades, em decorrência do desemprego e do baixo nível salarial.
Do ponto de vista demográfico, a população brasileira vinha crescendo, desde início da década de 1950, a taxas de 3% ao ano, em decorrência da queda da taxa bruta de mortalidade e mantendo-se a fecundidade em patamares ainda elevados. Agregue-se, ainda, o aceleramento das correntes migratórias rurais-urbanas, que atinge o ápice na década de 1960, contribuindo, fortemente, para uma urbanização descontrolada e concentradora, em período de tempo relativamente muito curto.
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