Nordeste

Nordeste
Aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil

Este livro é um ensaio poético que procura expor os diversos impactos ambientais e sociais causados pela cultura da cana-de-açúcar e a sua ligação com a escravidão.
A proposta do livro é realizar um estudo ecológico sobre o Nordeste brasileiro, passar outras impressões, outras paisagens, mostrar que existe um "outro Nordeste" e não somente o das secas, do semiárido, do sertão cujas atividades principais são a pecuária e a plantações de algodão. Mas o Nordeste que se estende do Recôncavo baiano ao Maranhão cujo centro é Pernambuco e, particularmente, a cidade do Recife. Trazer à tona o Nordeste cuja estrutura é baseada a escravidão, no latifúndio e na monocultura canavieira. E que, segundo o autor, por algum tempo foi o "centro da civilização brasileira".
Gilberto Freyre ressalta as características da natureza do Nordeste, e os fatores que favoreceram o avanço civilizado da cana-de-açúcar. O autor descreve a mata do nordeste antes da colonização destacando a imensidão de árvores de diversas qualidades, a biodiversidade rica, as várias espécies animais da região e os índios que dela retiravam seu sustento com sustentabilidade.
O livro descreve como foi o processo de colonização da mata do nordeste pelos europeus, a destruição das florestas com a substituição pela monocultura açucareira. A perda da biodiversidade das nossas florestas pela exploração das madeiras de lei que era levada para Portugal, pelas queimadas e o plantio da cana. Destruição da vida animal, possíveis alterações climáticas e de regime das águas. Fala das desigualdades sociais que surgiram após o processo de colonização, dos animais vistos como inimigos da cana de açúcar, das relações de subordinação impostas na região, do pouco caso que os brasileiros fazem das árvores e plantas nativas da região em que vive simplesmente por fixarem seus objetivos unicamente na cana de açúcar. Afirma que a zona