Nominalismo x Realismo
No decorrer da Idade Média duas posições extremadas se desenvolveram, o Nominalismo e o Realismo. Os nominalistas afirmavam que nenhuma substância metafísica se esconde por trás das palavras: as pretensas essências não são além de palavras ou signos que representam coisas sempre singulares. Enquanto os realistas postulavam a existência de coisas exteriores a nós e independentes do que pensamos sobre elas.
A partir do século XII começa a se desenvolver uma versão moderada de realismo com Pedro Abelardo, com importantes desdobramentos em Tomás de Aquino (século XIII). Tomás de Aquino teve a vantagem, em relação a Abelardo, de contar com a tradução das obras de Aristóteles para o latim. Assim pode incorporar elementos aristotélicos em seu realismo moderado. Os realistas moderados aceitavam as seguintes testes como forma de resolver o problema:
1. as únicas coisas que existem são os indivíduos particulares; 2. universais enquanto universal, isto é, enquanto predicável de muitos, existem somente na mente; 3. o que os universais significam (sua compreensão) está fundada imediatamente nas coisas, mas encontram seu fundamento último nas ideias divinas; nesse sentido, existem universais nas coisas e universais anteriores às coisas; 4. todos os nossos conceitos vêm da experiência, pois não há ideias inatas.
Para Tomás de Aquino, os indivíduos são compostos de matéria e forma, sendo a matéria o princípio de individuação. A forma (em nosso caso a alma) ao se unir à matéria (corpo) formam os indivíduos (Sócrates, Platão, Maria...) como unidades indissociáveis. Nosso intelecto, porém, é capaz de percebê-las como separadas através do processo de abstração. Nossos sentidos imprimem uma imagem de um objeto físico em nossa mente. Essa impressão ou imagem é chamada por Aquino de fantasma. Nosso intelecto agente abstrai