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Afim de melhor compreender tal construção, é de estrutural importância o movimento de busca à etimologia de infância, salvaguardados os diversos conceitos e desdobramentos advindos da referida palavra. “Em latim existe infantia, mais é bastante tardio e designa literalmente a ausência de fala”, “... a palavra infantes também passa a designar a muitas outras classes de marginais que não participam da vida pública...”.
Tais citações remetem a reflexos atuais que são designados como consequência, visto que a educação é historicamente concebida e influenciada por diversas correntes ideológicas, que por sua vez compõem etapas epistemológicas acerca de tendências, hora hegemônicas, frutos de desdobramentos orientados por fatores históricos, políticos e culturais, que demonstram contextos adequados ou não a cada época. Fica posto que, o “currículo”, neste interpretado como a seleção de
“conteúdos”, orientações e obras que irão influenciar na formação deste “ em potencial” gestor, evidenciam a origem da educação bancária, se me permite a referência ao termo, o condicionamento, estruturalmente conteudista, hoje atribuída a sociedade do conhecimento, esta imediatista e instrumental.
Esta construção histórica, todavia foca uma sociedade classicista, na qual, alguns são formados, outros se subordinam, aos tiranos dos velhos e novos mundos, que aprimoram suas estratégias pautadas na alienação, projetando-nos a um lugar social em que se opera a manutenção do poder.
Sobre a infância... , tabula rasa, repleta de vazio, intervalo de tempo entre o nascer e o devir. Instante em que se de (forma) o caráter de um alguém, este já privilegiado em suas potencialidades, forjado a serviço da política, de um ideal infante, que a alguém pertence, defensor dos interesses alheios, habitantes da Polis de ninguém.