No s culo XVI
Fernão de Oliveira, o primeiro gramático português, que publicou a sua "grammatica da lingoagem portuguesa" em 1536, é portadora de uma herança vernacularista que tem como primeira referência Dom Dinis, ao instituir o português como língua oficial, em substituição do latim, e uma das últimas, já no séc. XV, em Dom Duarte, que no seu "leal conselheiro", aconselha que se evite o uso de latinismos.
Enquanto os humanistas do Renascimento … o mundo antigo em latim, os portugueses do séc. XV contribuíam para o Renascimento com a descoberta do novo mundo em vernáculo.
A expansão, um projeto nacional, foi em português, quando a língua, na sua natural diversidade, era ainda una, sem fronteiras nítidas entre a oralidade e a escrita, a expressão popular e a erudita, a crônica e a literatura. A síntese destas componentes encontra-se em Fernão Lopes, que escreve como se falasse, que conta como se mostrasse.
Em 1536, num momento de orgulho nacional, a “grammatica da lingoagem portuguesa” descreve, sistematiza e procura fixar essa língua de todos os portugueses. Numa antecipação da moderna ??? da linguagem que vê a língua como um produto social Fernão de Oliveira na sua gramática em 1536 afirma que “[...] os homens fazem a língua e não a língua os homens”.
Maria Leonor Carvalhão Buescu (1975) observa, com pertinência, o alheamento de F. De Oliveira ??? à problemática gramatical do Renascimento, o que o levou a reflectir sobre a língua portuguesa liberto dos esquemas sistemáticos de gramática latina.
Portanto, num momento em que a língua portuguesa se transforma na “metalinguagem de si mesma”, na feliz expressão de Ivo Castro (1996), temos como obra inicial (pois teremos outros como João de