No livro Surdez e linguagem
Ana Paula faz uma reflexão sobre as visões médicas, fonoaudiológicas, sociais e linguísticas da condição do surdo. Com base em pesquisas e em entrevistas com pessoas surdas e seus familiares e educadores, ela revela a importância de considerar múltiplos aspectos quando se trata desse tipo de deficiência, fugindo dos lugares-comuns e preconceitos.
“Não se pode tomar como base a idéia de que há um “cérebro do surdo” universal, ou seja, não podemos fazer generalizações arbitrárias sobre seu funcionamento nem correlações anatomofisiológicas. O cérebro humano, por sua natureza plástica e dinâmica, é capaz de novas reorganizações funcionais resultantes do contexto sócio histórico de que o sujeito participa”, explica a fonoaudióloga .No livro discute aspectos relacionados às “Realidades fabricadas”, destacando a identidade, a cultura e a língua. Rompendo fronteiras”, o livro aborda aspectos ligados ao funcionamento da linguagem, implicações neurolínguisticas das diferentes formas de perceber e referenciar o mundo.
Para os pais, ter um filho diagnosticado surdo implica uma série de escolhas. Há de se decidir se ele fará alguma cirurgia, se aprenderá a língua de sinais e a língua oral e ainda se estudará em escola especial ou comum. Nesse momento, surgem vários preconceitos, com a ideia de que o surdo não tem capacidade de se comunicar.
Na surdez, encontramos uma condição linguística de grande diversidade. Essa diversidade se dá pela heterogeneidade linguística, pelo uso da leitura labial, da língua de sinais, da fala, da "audição" alcançada por meio das próteses auditivas e dos implantes cocleares. Essas condições dependem ainda de outras variáveis: usos da