No bater do pano
O Bater dos Panos
15 de abril de 2005
Índice Texto Anterior | Próximo Texto
Herbert de Jesus
(O fogoso livro de Maria Cristina Pereira de Melo, sobre tecelagem, gelou na Fábrica Santa Isabel. Minha Mãe, operária, honraria o nome, e os jornalistas, em greve)
Cícero (Marco Túlio) ficou careca de azucrinar os Césares, no senado romano, para melhorar a vida da plebe, não cortejou a aristocracia, e imortalizou-se na frente dos escribas, capachos de sempre, com “A História é a Mestra da Vida”, “A irascível raça dos poetas”, e na obra personalizada Do Orador, em alusão às Catilinárias e outras cacetadas em medalhões sanguessugas. O Padre Antônio Vieira (aconselhado a ares políticos saudáveis, porque a alta-roda do seu tempo, aqui, era ascendente da de hoje) pôs toda a súcia dali em Obras Escolhidas(dele), com “(...)A primeira causa de todas as opressões, trabalho e miséria, que padecem os moradores do Maranhão, são os pecados do dito Estado e tiranias com que desde seu princípio foi fundado contra todas as leis de Deus, da Igreja, da razão e ainda da mesma natureza”.(Corria o 1654, em São Luís, e nenhum pastor almejaria altezas de um rebanho originado de homicidas, proxenetas, rameiras, gatunos, paus-mandados, dentre os degredados de Portugal, na colonização)
Porque o primeiro ferrava o alvo com a linguagem tesa, e eternizou-se no adjetivo ciceroniano, e sobre o seguinte não se fala em prosa portuguesa sem abanar o seu cérebro incandescente, e permanece vivinho da silva contra a malta que só fez piorar as lambanças, em síntese, atualíssimo, confabulei com estes dois ápices da inteligência universal, para examinar minuciosamente o porquê de Maria Cristina