Nise da Silveira
1° PARTE
Nise nasceu em 1906, em Maceió.
Foi a única mulher, entre 156 alunos da Faculdade de Medicina da Bahia, que graduou-se em 1926.
Começou na carreira em psiquiatria no hospital que na época era popularmente chamado de hospício da Praia Vermelha (hoje hospital Pinel) no Rio de Janeiro em 1933.
Presa como comunista, é afastada do serviço público de 1936 a 1944.
Só conseguiu voltar ao cargo de psiquiatria em 1944, no Centro Psiquiátrico Pedro II, no Engenho de Dentro no Rio de Janeiro.
Foi lá que, por recusar-se a usar métodos usuais da psiquiatria clássica, como a internação, eletrochoque, insulinoterapia, lobotomia e utilização indiscriminada de medicação (que deixava os pacientes num estado terrível de topor), foi deslocada para o setor da Terapêutica Ocupacional, que de terapêutica não tinha nada, os pacientes faziam apenas serviços de limpeza.
Nesse lugar “abandonado” pela direção do hospital, Nise começou uma grande revolução...
Em 1946 fundou a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR). Acompanhando os internos nos ateliês de pintura e modelagem, a psiquiatria descobriu a importância da produção de imagens no tratamento da esquizofrenia.
Em 1952, fundou sua principal obra: O Museu de Imagens do Inconsciente.
Segundo ela, terapia ocupacional não podia ser entendida como mera ocupação. Mais do que pinturas, desenhos ou arte, enxergava naqueles trabalhos testemunhos e expressões que possibilitavam o conhecimento mais profundo do universo das pessoas esquizofrênicas.
2° PARTE
Em 1956, criou, junto com alguns colaboradores, a casa das Palmeiras.
Lá Nise e seus amigos puderam criar um território livre em que os egressos do hospício podiam, aos poucos, recuperar a autoestima e a independência, através de experiências cotidianas com várias formas de expressão criativa e de convívio com profissionais que se colocavam a seu lado numa postura de respeito, cuidado e não discriminação.
Nise já era profunda conhecedora