ninguém nasce moral
Capítulo XVIII
Ninguém nasce moral
Todas as pessoas precisam ser educadas para a convivência. A descoberta do outro como um “outro eu” é fundamental para superar o egocentrismo. No entanto, o desenvolvimento desses três níveis mentais – inteligência, afetividade e moralidade – não é automático, porque exige a intermediação de agentes culturais – pais, professores, adultos em geral.
Do ponto de vista moral, a educação começa pela heteronomia – em geral, aceitação das regras dadas externamente – até que possa alcançar a autonomia – o que é capaz de decidir por si mesmo.
Explicação para o desenvolvimento da moralidade
Teoria de Piaget (1896 – 1980)
A Psicologia Genética diz que não há inteligência inata. Sua teoria e as que derivam dela são chamadas construtivas, já que o saber é construído pela criança, e não imposto de fora.
Estágios do desenvolvimento mental
Estágio sensório – motor
De 0 aos 2 anos, é o estágio onde o bebê está conhecendo o mundo. Nesse estágio predomina o desenvolvimento das percepções sensoriais e dos movimentos
Do ponto de vista da inteligência, não se pode ainda dizer que a criança pensa, mas a inteligência do bebê evolui à medida que aprende a coordenar as sensações e os movimentos. Já do ponto de vista moral, a vida do bebê é pré-moral e, portanto, nele predomina a anomia – ausência de leis e de normas. Por fim, do ponto de vista afetivo, na relação do bebê com as pessoas prevalece a indiferença, ou seja, a separação entre ele e o mundo não é percebida muito nitidamente. O psicanalista francês Jacques Lacan refere-se à “experiência do espelho”, pela qual, por volta dos 18 meses, a criança reconhece a dualidade, descobrindo-se como um ser separado da mãe e de todo o restante.
Estágio intuitivo ou simbólico
Dos 2 aos 7 anos, é onde acontece a descoberta dos símbolos e da aprendizagem da fala.
Em relação à inteligência egocêntrica,