Neurologia e pedagogia

955 palavras 4 páginas
Neurologia e Pedagogia: uma parceria possível e desejável
Salomão Schwartzman*
Com freqüência, ouve-se de profissionais da área da educação que o empenho em se fazer um diagnóstico médico não se traduz, em geral, em vantagens práticas significativas. Nem para o educando nem para o educador. Ouve-se, também, que rotular crianças não tem nenhuma outra função além de estigmatizar aquela criança e de fazer dela uma "síndrome" e não mais um aluno. Essa idéia tem tanta aceitação entre alguns profissionais que determinados procedimentos, como por exemplo, testes psicométricos, são evitados para que tais rótulos não possam ser aplicados. Outros profissionais evitam diagnósticos claros, como deficiência mental, autismo infantil ou epilepsia, por julgarem que esses termos somente trarão mais problemas aos pacientes e seus familiares.
De certo modo, seria como se o diagnóstico médico de alguém com qualquer tipo de prejuízo tivesse apenas uma importância - a relação com o aprendizado - mas sem trazer benefícios ao paciente, objeto do estudo, nem aos profissionais da área da educação envolvidos com o paciente.
Uma primeira questão seria saber se o neurologista tem instrumentos que lhe permitem definir melhor o prejuízo presente e apontar, eventualmente, caminhos a serem seguidos no processo de habilitação.
A resposta a esta questão é, evidentemente, SIM. O neurologista, na verdade hoje um neurocientista, tem a possibilidade, através do exame clínico e dos recursos propedêuticos existentes e disponíveis entre nós, de identificar inúmeras condições que podem cursar com prejuízos na área da educação. Não somente estas condições podem e devem ser identificadas como, em boa parte dos casos estudados, consegue-se definir a etiologia do quadro e o perfil das dificuldades presente. A identificação dos prejuízos presentes e do perfil de funcionamento neuropsicológico possibilitarão à equipe encarregada do caso traçar um programa de intervenção que represente a forma mais rápida,

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