neonatos
Avaliação de dor em neonatos e crianças
A dor é uma experiência percebida subjetivamente, porém esta pode ser relatada, assim como o organismo pode emitir sinais objetivos de alteração fisiológica e comportamental. Portanto, a dor é passível de estimativas e julgamentos. Os indicadores de dor podem ser comportamentais, incluindo relato verbal (Stinson, Kavanagh, Yamada, Gill, & Stevens, 2006), atividade facial (Gaspardo, Miyase, Chimello, Martinez, & Linhares, 2008; Grunau & Craig, 1987; Stevens, Johnston, Petryshen, & Taddio, 1996), movimentos de corpo (Holsti, Grunau, Oberlander, & Osiovich, 2008; Holsti, Grunau, Oberlander, Whitfield, & Weinberg, 2005) e choro (Gaspardo et al., 2008). Há também os indicadores fisiológicos (Anand, Stevens, & McGrath, 2007; Basbaum et al., 2005; Gaspardo et al., 2008; Jones, 2005), como o cortisol salivar, frequência cardíaca e saturação de oxigênio. Dois aspectos podem ser salientados, a saber: (a) os indicadores comportamentais podem ser mensurados por observação ou relato, o qual inclui medidas de autorrelato e heterorrelato, apresentado no geral, pelos dos cuidadores da criança; (b) os indicadores fisiológicos são sensíveis, porém não específicos para dor, sendo, portanto, considerados como medidas complementares.
A avaliação da dor deve ser desencadeada por uma questão clara e objetiva, com fins específicos de resolução de um problema clínico e/ou de pesquisa. Se o objetivo é clínico, o foco deve ser especificado, como por exemplo, se é para monitorar a dor crônica ou avaliar a dor no seguimento pós-operatório. Além disso, a avaliação deve ser planejada adequadamente, considerando a escolha pelo informante, método e momento mais adequado para atingir o objetivo pretendido (La Greca & Lemanek, 1996). Para a escolha adequada do instrumento de avaliação de dor, deve ser considerado o nível de desenvolvimento da criança e a dependência do seu cuidador para