Neocolonialismo
Introdução
Durante a segunda metade do século XIX, verifica-se na Europa uma corrida colonial.
A colonização empreendida por portugueses e espanhóis ativera-se essencialmente à América. As terras descobertas na África e Ásia, com raras exceções, não foram ocupadas sistematicamente. Os europeus limitaram-se a manter relações comerciais com essas regiões, baseadas em produtos tropicais ou metais.
Dessa forma, entende-se que no século XIX houve porções extraordinárias de terras desconhecidas, tanto no continente africano quanto no asiático. Portugal e Espanha não estavam mais em condições de explorá-las. Outras potências mais fortes tinham surgido no cenário europeu: Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Bélgica, muito melhor aparelhadas em termos econômicos para empreenderem a conquista e a repartição dos territórios da África e Ásia. O primeiro passo foi dado pela França, na Argélia, em 1830. Somente por volta de 1870 é que o processo foi retomado com iniciativa belga, liderada pelo rei Leopoldo II. Os demais países lançaram-se na empresa colonialista, e por volta do fim do século XIX a partilha colonial da África e da Ásia tinha-se completado.
O fator básico da colonização era o econômico. A Europa tinha vários países passando pela Revolução Industrial. Precisavam de matéria-prima industrial: carvão, ferro, petróleo, produtos alimentícios normalmente escassos na Europa, mercado consumidor para os excedentes industriais, locais para investimento rentável dos capitais disponíveis na Europa, principalmente na construção de estradas de ferro e exploração de minas. Os fatores sociais relacionam-se à necessidade de encontrar terras que absorvessem a população européia, em ritmo acelerado de crescimento. A colonização era uma válvula de escape para a pressão demográfica.
No plano político, o motivo essencial era a preocupação dos Estados europeus em aumentar seus contingentes militares. Isso lhes valeria uma posição melhor no