Neoclassicismo Português
O Neoclassicismo Português
O Neoclassicismo surgiu em Portugal no último quartel do século XVIII. Começou por ter uma maior expressão no Porto e só depois se estendeu para Lisboa. Prolongou-se até metade do século XIX, tendo, em alguns casos, chegado até ao século XX. O Neoclassicismo produziu uma arte extremamente convencional, utilizando uma linguagem padronizada e limitando-se a certo número de temas, reproduzidos dos autores clássicos e renascentistas. Como exemplo dessa arte, citamos o ‘’Soneto’’, por Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Soneto
Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus úmidos vapores
A fértil Primavera, a mãe das flores,
O prado ameno de boninas veste.
Varrendo os ares, o sutil Nordeste
Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste.
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo.
Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!
(Manuel Maria Barbosa du Bocage)
Nesse soneto, há contato com alguns dos temas convencionais do Neoclassicismo: o Bucolismo (o elogio da natureza e da vida simples do campo), o fugere urbem, o pastoralismo (Marília é um nome convencional de pastora), as referências à mitologia clássica (os Zéfiros, personificação mitológica dos ventos suaves, e os Amores, divindades infantis subordinadas a Vênus e a Cupido).
O Século XVIII – As Luzes
Ao longo do século XVIII, a Europa passou por transformações, que se desdobram até hoje. Nossas ideias filosóficas, políticas, econômicas e sociais têm raízes naquele que foi denominado Século das Luzes.
Principais acontecimentos:
Decadência da aristocracia e dissolução de seus valores;