manoel bocage
Sua obra é muitas vezes classificada de transitória. Surgiu no momento marcado por grandes transformações na Europa, decorrente da Revolução Francesa e do florescimento do Romantismo. Sua poesia individualista pessoal já era uma antecipação do que seria a poesia romântica do século XIX. Bocage é um dos maiores sonetistas líricos da literatura portuguesa, junto com Camões e Antero de Quental. Escreveu todos os gêneros literários de seu tempo: idílios, odes, canções, epístolas e fábulas.
Acusado de satirizar o clero e a nobreza, foi processado e preso pela inquisição. Deixou fama de poeta satírico e, com o tempo, seu nome tornou-se sinônimo de contador de histórias picantes e obscenas. Durante o período que esteve preso, passou traduzindo autores franceses e latinos.
Manuel Maria Barbosa du Bocage faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 21 de dezembro de 1805.
Soneto Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus úmidos vapores
A fértil Primavera, a mãe das flores,
O prado ameno de boninas veste.
Varrendo os ares, o sutil Nordeste
Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste.
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo.
Deixa