Negros da terra
RESENHA CRÍTICA
ZELMA ALZARETH ALMEIDA.
Monteiro, John Manuel. Negros da Terra. Índios e Bandeirantes nas origens de São Paulo, no séc.XVI. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. PP.17-56.
O Texto em análise tem por objetivo mostrar as relações luso-indígenas no Brasil Meridional do séc.XVI na cidade de São Paulo. Estando interligada a escravidão no Brasil tanto indígena quanto africana, nesta fase inicial das relações luso-indígenas. Em contra partida, John Monteiro faz uma análise dos constantes conflitos dos Portugueses e indígenas e as mudanças nos costumes e padrões de vida dos nativos a partir do contato com os europeus.
O Texto em questão apresenta vários subtítulos, é dividido por espaçamentos e parágrafos, e não possui notas de rodapé. Em sua linha de pensamento marxista destaca o indígena como sujeito histórico e sua importância na economia colonial. É um livro com requinte Acadêmico, porém de fácil leitura onde o autor destaca em suas 39 páginas a história dos índios, e o seu papel na colonização do Brasil.
Em Negros da Terra, de John Monteiro o livro se propõe a resgatar o papel central que os indígenas desempenharam na história de São Paulo durante os séc. XVI e XVII, tempo em que a região era a periferia da América Portuguesa, John Monteiro, desmistifica a idéia de que o bandeirismo Paulista tenha contribuído para o alargamento territorial e povoamento do interior pelo Brasileiro. Pelo contrário, ao invés de contribuírem diretamente para a ocupação do interior pelo colonizador, as incursões Paulistas concorreram para a devastação de inúmeros povos nativos. Monteiro nos mostra que a verdadeira mola precursora do sertão eram os indígenas, objeto de cobiça dos colonos e jesuítas que além da obsessão de catequizá-los, também não abriam mão da utilização dos nativos para o trabalho nas aldeias, e por tudo isso, os nativos eram frutos de sérios desentendimentos