NEGRO
O trabalho escravo foi um traço marcante no Brasil Colonial, em que houve grande e maciça participação dos negros. Desde o começo da efetiva colonização dos portugueses até o fim da escravidão, os negros eram a principal e essencial mão-de-obra, e tornavam possíveis as atividades econômicas. O intenso e lucrativo comércio fazia com que os maiores e mais ricos comerciantes fossem, justamente, os mercadores de escravos, haja vista que o lucro por cada escravo chegava até 300% do valor pago.
2. DESENVOLVIMENTO
Os indivíduos interagem através de relações de poder entre si, em vários âmbitos, em vários espaços e instituições sociais. Diversas esferas da sociedade, econômica, cultural, mental, política, jurídica se entrelaçam e determinam a realidade social. Essas novas perspectivas de estudos históricos propiciaram nos anos 1980 a problematização da escravidão urbana, em especial no Rio de Janeiro do século XIX. Pode-se compreender que a escravidão urbana não é simplesmente determinada pela escravidão do latifúndio exportador, e sim que é um outro modelo diferenciado de escravidão no Brasil, apesar de se relacionar com essa. A participação dos negros no Brasil Colonial aconteceu a partir do momento em que a experiência colonial portuguesa estabeleceu a necessidade de um grande número de trabalhadores para ocuparem, em princípio, as grandes fazendas produtoras de cana-de-açúcar. Tendo já realizada a exploração e dominação do litoral africano, os portugueses buscaram nos negros a mão de obra escrava para ocupar tais postos de trabalho.
Foi daí que se estabeleceu o tráfico negreiro, uma prática que atravessou séculos e forçou diversos negros a saírem de seus locais de origem para terem seus corpos escravizados. Além da demanda econômica, a escravidão africana foi justificada pelo discurso religioso cristão da época, que definiu a experiência escravocrata como um tipo de “castigo” que iria aproximar os negros do