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NAVIO NEGREIRO: IDEALIZAÇÃO, LIBERDADE E IDENTIDADE
Júlia de Carvalho Almeida Oliveira1
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar o poema Navio Negreiro: uma tragédia no mar
(1983), escrito por Castro Alves, por meio de, principalmente, dois aspectos: o desejo de liberdade e a busca pela identidade nacional partindo da idealização do escravo. Para melhor entendê-lo, faz-se necessário apresentar as principais características do momento histórico em que foi escrito, bem como do movimento literário em que está inserido, seguindo os pensamentos de autores como: Adilson Citelli; Massaud Moisés; Marisa
Lajolo e Samira Campedelli e, ainda, Stuart Hall.
Palavras-Chave: Navio Negreiro, Castro Alves, Romantismo, Identidade, Idealização.
O Romantismo caracterizou-se como um amplo movimento que se estendeu do século XVIII a meados do século XIX, aproximadamente, e surgiu como uma reação ao
Iluminismo e ao Neoclassicismo.
Cheio de contradições internas, marcado pelo conservadorismo e também buscando uma inovação formal, o movimento romântico proporcionou o surgimento de um tripé que deu sustentação a seus escritores para difundi-lo em todo mundo: liberdade, paixão e emoção. Para Adilson Citelli, em sua obra Romantismo:
A extrema emotividade, o pessimismo, a melancolia, a valorização da morte, o desejo de evasão, são algumas das muitas formas de o romântico revelar sua perplexidade ante um momento cujos valores se tornaram inaceitáveis. (2007: 11)
Com origem na Europa, o movimento retrata as circunstâncias históricas em que o mundo vivia, afirmando os desencontros entre os avanços econômicos, as guerras e as tragédias enfrentadas pelo homem. A independência dos Estados Unidos, a Revolução
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Discente do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Francesa e a luta contra o absolutismo formam o cenário em que autores como Byron,
Goethe e Victor Hugo principiaram seus escritos.
No Brasil, o