Necessário vida
Considerando a perspectiva de Bakhtin citada em Freitas (2000), o homem só tem existência no social. Por essa ótica, a participação nos trabalhos musicoterapêuticos individuais ou em grupo pode oferecer às pessoas portadoras da doença de Alzheimer oportunidades de convívio social, de interagir realidade circundante, numa dimensão da comunicação musical.
A sessão de Musicoterapia pode significar um tempo e um espaço de reorganização cognitiva, afetiva e corporal para o portador da DA.
Nesse período de tempo a pessoa pode entrar em contato com suas lembranças e emoções, percebendo-se e manifestando-se, dentro da sua possibilidade motora e cognitiva atual (CUNHA, 1999).
Na prática musicoterapêutica utiliza-se como recursos o aparelho de som, as fitas, os discos e CDs, instrumentos musicais como pandeiros, agogôs, chocalhos, maracas, atabaques, guizos e outros que forem do agrado dos pacientes. Usam-se objetos que facilitem a movimentação rítmica, como bastões, arcos, bolas. No atendimento aos idosos dá-se ênfase ao uso da voz e do corpo como objetos intermediários da comunicação.
Ao musicoterapeuta cabe conhecer a história de vida prévia das pessoas com quem irá trabalhar e também os assuntos de interesse, o repertório significativo dos pacientes. Estes elementos servirão como pontos de partida para a ação, motivando a pessoa a concentrar-se e trabalhar durante a sessão.
As pessoas portadoras da DA necessitam de uma aproximação maior do terapeuta. Falar e cantar olhando nos seus olhos, tocando em suas mãos são atitudes que podem estimular a pessoa para a atividade. As mensagens devem ser curtas e precisas, evitando divagações e confusões.
Pode-se concretizar o que se diz mostrando objetos, gravuras e fazendo gestos, tornando mais fácil a comunicação (Ibidem).
Mesmo em estágios mais avançados da demência, quando a comunicação verbal é mais difícil, o paciente pode participar dos encontros