Nações e Nacionalismo desde 1780 - Cap 1
Antes de 1884, a palavra nación significava simplismente “o agregado de habitantes de uma província, de um país ou de um reino” e também “um estrangeiro”. Mas agora era dada como “um Estado ou corpo político que reconhece um centro supremo de governo comum” e também “o território constituído por esse Estado e seus habitantes, considerados como um todo”.
O primeiro significado da palavra “nação” indica origem e descendência. Para o dicionário espanhol de 1726 (primeira edição), a palavra pátria ou, no uso mais popular, tierra, “a pátria”, significava apenas “o lugar, o município ou a terra onde se nascia”, ou qualquer região, província ou distrito de qualquer domínio senhorial ou estado”.
Qualquer que seja o significado “próprio e original” (ou qualquer outro) do termo “nação”, ele ainda é claramente diferente de seu significado moderno. Em seu sentido moderno e basicamente político, o conceito de nação é historicamente muito recente. De fato, outro monumento linguístico, o New English Dictionnary, já sublinhava isso ao indicar, em 1908, que o velho significado da palavra contemplava principalmente a unidade étnica, embora seu uso recente indicasse mais “a noção de independência e unidade política”.
A equação nação = Estado = povo e, especialmente, povo soberano, vinculou indubitavelmente a nação ao território, pois a estrutura e a definição dos Estados eram agora essencialmente territoriais.
Não há conexão lógica entre o corpo de cidadãos de um Estado territorial, e a identificação de uma “nação” em bases linguísticas, étnicas ou em outras com características que permitam o reconhecimento coletivo do pertencimento do grupo. Alguns especialistas franceses lutaram tenazmente contra as tentativas de fazer da língua falada um critério de nacionalidade, pois este, segundo eles, era determinado puramente pela cidadania francesa.
Teria sido um acaso histórico o fato de a era clássica do liberalismo do livre-comércio