filme aos treze
Arminda Aberastury, ao investigar as perturbações e momento de crises durante a adolescência, descobriu que a definição do papel feminino e masculina na procriação e as mudanças corporais que acontecem durante este processo, são o ponto de partida das mudanças psicológicas e de adaptação social.
Tanto as modificações corporais incorporáveis como os imperativos do mundo externo que exigem do adolescente novas pautas de convivência são vividos, no começo, como uma invasão. Isto o leva, como defesa, a reter muitas de suas conquistas infantis, ainda que também coexista o prazer e a ânsia de alcançar o seu novo status. Estas mudanças nas quais perde a sua identidade de criança implicam a busca de uma nova identidade que vai se construindo num plano consciente e inconsciente interno com as imagens paternas será a ponte através da qual escolherá e receberá os estímulos para a sua nova identidade.
Só quando o adolescente é capaz de aceitar simultaneamente os dois aspectos o de criança e o de adulto, pode começar a aceitar de maneira flutuantes as mudanças do seu corpo, e começa a surgir a sua nova identidade. Esse longo processo de busca de identidade ocupa grande parte da sua energia e é a consequência da perda da identidade infantil que se produz quando começam as mudanças corporais.
É nessa busca de identidade que aparecem patologias que podem confundir habitualmente uma crise com um quadro psicopático, especialmente quando surgem determinadas defesas utilizadas para iludir a depressão, assim como a má-fé, a impostura, as identificações projetivas em massa, a dupla personalidade e as crises de despersonificação, as quais, quando se consegue elaborar os lutos assinalados, resultam passageiras.
Segundo o texto, o sujeito que não aceitar o luto pela perda do corpo infantil, não conseguirá achar sua nova identidade, não mais como criança e sim como um adolescente e pode desenvolver algumas patologias e até mesmo um quadro psicopático em casos