nazismo
Antes de condenar os alemães por permitirem tal atrocidade, devemos pensar: puxar o gatilho, lançar a bomba, esconder o vizinho ou salvar a própria pele; morrer por seus princípios ou viver por meio da obediência. Entretanto nem toda a população alemã enfrentou esses dilemas e abraçaram o ódio.
Não foi pelo terror, pela repressão ou pela violência que o regime nazista chegou ao poder. Para entender como uma doutrina tão extremista – e perigosa- pôde se impor sobre uma nação civilizada em pleno século 20, é essencial relembrar: Hitler não somente conquistou, mas seduziu um país inteiro. Foram conceitos atraentes, como glória, fortuna e beleza, que fizeram a população acreditar profunda e sinceramente na ideologia nazista. A “onda Hitler” se espalhou com facilidade. Os alemães nascidos entre 1910 e 1928, que eram jovens durante o Terceiro Reich, tornaram-se os mais ardorosos seguidores do novo Fuher.
Historiadores funcionalistas e intencionalistas tem profunda discordância sobre o Holocausto. Os primeiros, como Ian Kershaw e Christopher Browning, acreditam que o genocídio emergiu paulatinamente por meio de uma “radicalização cumulativa”. Isto é, não havia um plano de longo prazo para exterminar a comunidade judaica. Os adeptos dessa linha de pensamento acreditam que inclusive outras alternativas para resolver aquilo que os alemães classificavam como “problema judeu” teriam sido exploradas, mas fracassaram. Então, a partir dali, aos poucos, a matança teria se revelado a solução mais eficaz. Já na opinião dos intencionalistas, entre eles, Daniel Jonah Goldhagen, o Holocausto teria sido a concretização de um “antissemitismo eliminacionista” constante na história alemã. Para os defensores dessa visão, os nazistas apenas concederam a alemães comuns a oportunidade de realizar algo que eles sempre desejaram: assassinar o povo judeu.
Ainda que a posição intencionalista mereça ser considerada e tenha sua validade, ela ainda precisa explicar quando o genocídio