Natália Correia
Este homem que entre a multidão enternece por vezes destacar é sempre o mesmo aqui ou no japão a diferença é ele ignorar.
Muitos mortos foram necessários para formar seus dentes um cabelo vai movido por pés involuntários e endoidece ser eu a percebê-lo.
Sentam-no à mesa de um café num andaime ou sob um pinheiro tanto faz desde que se esqueça que é homem à espera que cresça a árvore que dá dinheiro.
Alimentam-no do ar proibido de um sonho que não é dele não tem mais que esse frasco de vidro para fechar a estrela do norte. e só o seu corpo abolido lhe pertence na hora da morte.
Natália Correia, in “O Vinho e a Lira”
O poema “Balada para um homem na multidão” de Natália Correia é uma alegoria dos diversos passos da vida, alusões à maternidade, infância, amigos, sossego, uma metáfora da vida. No fim a constatação de que tudo é mutável e que nada do que aquilo que é conquistado tem efetivamente valor no presente.
Na primeira estrofe há evidência do indivíduo comum que se perde por entre a multidão, que procura se diferenciar dos outros, porém ele é o mesmo em todo lugar. Em seguida, a segunda estrofe se refere dos ancestrais até o nascimento do homem, que em sua meninice possui um andar errante que encanta a sua mãe ao vê-lo. Na terceira estrofe há evidências dos passos da vida de um indivíduo, com seus amigos, ao trabalho e ao seu descanso. E por fim na quarta e última estrofe há uma demonstração de que o homem acaba por levar uma vida material sob a influência das relações interpessoais, assim acaba-se concluindo que é apenas um corpo frágil e que nada há de se levar da vida na hora de sua morte.
Em a “Balada para um homem na multidão” há uma grande referência ao cotidiano da vida do homem moderno, desde o seu nascimento até a sua morte. Numa vida quase que manipulada, em qualquer lugar que se encontre o homem passa por todos os estágios até sua inevitável morte. Com todo seu materialismo e