Natureza do gótico
data do original:
John Ruskin
1853
título:
A Natureza do Gótico tradução: revisão:
José Tavares Correia de Lira
Fábio Lopes de Souza Santos
2001-2002
Carlos Roberto Monteiro de Andrade
José Tavares Correia de Lira
Fernando Atique
Renata Campello Cabral
Giselle Rocha Zardini
Nora Cappello
data da tradução:
equipe:
www.eesc.sc.usp.br/babel
A Natureza do Gótico
§I. Se o leitor retornar à divisão de nosso assunto realizada no primeiro capítulo do primeiro volume1, perceberá que estamos a ponto de iniciar o exame daquela escola de arquitetura veneziana que constitui um passo intermediário entre as
formas
bizantinas
e
góticas,
mas
que
eu
julgo
poder
ser
convenientemente considerada em sua conexão com o último estilo. Para que possamos discernir a tendência em cada passo dessa mudança, será prudente nos esforçarmos desde o princípio em formar uma idéia geral de seu resultado final. Já sabemos o que é a arquitetura bizantina a partir da qual se deu a transição, mas devemos saber algo da arquitetura gótica para a qual tendeu.
Devo, portanto, esforçar-me nesse capítulo em dar ao leitor uma idéia ao mesmo tempo ampla e bem definida da verdadeira natureza da arquitetura gótica propriamente dita; não apenas da de Veneza, mas do gótico universal, pois uma
1 De As Pedras de Veneza, a saber: a divisão convencional da arquitetura veneziana entre os períodos bizantino, gótico e renascentista, além do período de transição do primeiro ao segundo, tendente ao oriental, referido por Ruskin como de emergência do arco ogival veneziano. (n.t)
das partes mais interessantes da investigação subsequente será descobrir até onde a arquitetura veneziana atingiu o tipo universal ou perfeito do gótico e até onde ficou aquém dele ou assumiu formas alheias e independentes.
§II. Para tal, a principal dificuldade vem do fato de toda construção do período gótico diferir das demais em