Naturalismo
Leis sociológicas:
a) determinismo do meio
b) determinismo histórico
Leis biológicas:
a) determinismo da herança, dos temperamentos e dos caracteres
b) determinismo da raça
A questão dos vários determinismos é básica para se compreender o esforço cientificista do romance experimental.
Destacamos aqueles que predominam, seja na Europa, seja no Brasil:
1. Determinismo do Meio
O homem como produto do meio é a tese central do movimento. O indivíduo não passa de uma projeção do seu cenário, com o qual se confunde e do qual não consegue escapar. Daí a insistência na descrição do meio, que sempre traga e tritura o homem. Em O cortiço, a obra mais importante da estética naturalista brasileira: o ambiente degradado gera seres degradados, a imundície do cenário se transfere para as almas humanas.
2. Determinismo dos Instintos
Cada indivíduo traz dentro de si instintos hereditários, que explodem repentinamente em manifestações de luxúria, tara, indignidade e crimes. Por mais que cada um desenvolva sua racionalidade, seu domínio sobre si próprio, ajustando-se à convivência social, nunca será suficientemente forte para domar as forças subterrâneas que vêm à tona, arrastando-o a um universo de anormalidades e vícios. Em O cortiço encontramos a seguinte passagem, que nos pode dar uma ideia da força do instinto: Amara-o a princípio por afinidade de temperamento, pela irresistível conexão do instinto luxurioso e canalha que predominava em ambos, depois continuou a estar com ele por hábito, por uma espécie de vício que amaldiçoamos sem poder largá-lo; mas desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior.
3. Determinismo da Herança