Natura - o plano deu certo
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A Natura parecia ter perdido boa parte do encanto com seu crescimento reduzido e suas ações em queda. Foi então que uma reestruturação sem nenhum charme fez com que a empresa voltasse a brilhar. Alessandro Carlucci, presidente da Natura, maior fabricante de cosméticos brasileira, tem vivido o que costuma ser definido no mundo dos negócios como uma "virada". Há pouco mais de um ano, no início de 2008, Carlucci, um executivo que fez sua carreira na empresa e personifica muitas de suas características mais marcantes, tornou-se alvo de duras críticas de analistas e investidores descontentes com os números que emergiam dos balanços. Na época, a Natura havia apresentado seu pior resultado anual desde a abertura de capital, em 2004. A taxa de crescimento havia caído de uma média de 27% para 11%, enquanto o lucro e a capacidade de geração de caixa haviam enfraquecido. Foi o suficiente para frustrar um mercado acostumado a receber boas notícias em série por parte de uma companhia cuja imagem mistura inovação, sustentabilidade e sucesso comercial. A reação traduziu-se numa brutal perda de valor – no dia da divulgação do resultado, em fevereiro de 2008, os papéis valiam 42% menos em comparação à cotação de janeiro de 2007. Para reverter a situação, Carlucci dedicou-se ao que chamou de "plano de ação": um conjunto de medidas para acelerar o crescimento da Natura e reconduzi-la a seu antigo patamar na bolsa. O plano de Carlucci não tinha charme especial. Era feito de medidas práticas, de pura gestão. Os resultados começaram a surgir na segunda metade do ano passado, mas só recentemente tiveram sua expressão definitiva. No primeiro trimestre de 2009, o lucro da Natura aumentou em 77% e a receita cresceu 25% (veja quadro na pág. 56). Desde que os dados foram divulgados, as ações valorizaram 13% e Carlucci passou a gozar de um "novo velho" status. "A Natura voltou a ser a empresa de excelentes resultados de antes", afirma Juliana Rozenbaum, analista da Itaú Corretora.
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