Narradores de jave
I
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
(REF)
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
O Refrão já mostra um desconforto pela permanência do estado de sonho e clama por mais reação nossa
II
II- Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
A fome em grandes plantações sempre foi óbvia, desde o tempo em que fomos “premiados” pela dádiva do Raciocínio que nos difere.
Essa insegurança nas intenções de denúncia está latente nos versos:
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ele vê que o povo continua sonhando com o confronto Flores x Canhão, sabe quem alimenta as ilusões e nada pode fazer. Mas continua tentando abrir os nossos olhos, que o admiravam e aplaudiam, justicando à estrofe III.
(REF)
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Com Povo e Militares adormecidos vem novamente o Refrão com o alerta: - Acordem. Esperar não é saber. Façamos a própria hora, a própria História!
III
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão
A estrofe III mostra bem a persistência dele na indecisão do protesto. Se por um lado procura mostrar as nítidas diferenças sociais presentes, denunciando à escravidão do povo em benefício das Forças Financeiras Dominantes, por outro usa um figurativo ao confrontar as flores do povo com o canhão dos militares.
Muito acima de qualquer ataque direto aos militares, essa estrofe III, a mais famosa da composição, apenas colocava os militares nos mesmos indecisos cordões em que