Narcisismo

Na contemporaneidade, a sociedade encontra-se diante de novos modos de relacionar-se com o meio social. As representações sociais associadas aos variados apelos midiáticos na produção de referenciais identitárias resultam muitas vezes em inabilidade de regeneração subjetiva, caso não se alcance, conquiste o perfil idealizado. A ascensão das redes sociais reflete diretamente na construção da subjetividade, desaparecendo as distâncias físicas, sociais e econômicas dos indivíduos, dado a essa realidade simbólica que proporciona um novo espaço público e representativo de identidades subjetivas, que por sua vez acaba lhes dando vozes e vidas. Assim, as relações perpassam pelo campo do privado e público, perpassando dessa maneira pela subjetividade.
Muitos são os conceitos apontados na literatura para a subjetividade. No entanto, apresentaremos resumidamente o significado de subjetividade: É o mundo de significados, emoções e idéias construído internamente pelo indivíduo a partir de suas relações sociais, de sua constituição biológica e de suas vivências, bem como fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. O termo vem sendo utilizado também para referir-se aos fenômenos humanos que escapam à objetividade. (BOCK, 2002; FURTADO, 2007 apud MOTTA; URT 2009). No entanto, a subjetividade constrói-se aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural, ou seja, o individuo constrói e transforma a si próprio.
Dando continuidade ao texto, faz-se necessário ressaltar algo que o profissional da Psicologia tem conhecimento de que o falar é algo terapêutico. Assim, escrever também se torna algo terapêutico. Falar de nós mesmos nos permite perceber mais em relação a si próprio, porque se trata de expor a elaboração de conteúdos individuais e intransferíveis no mundo externo, onde podemos nos dar conta ouvindo ou lendo aquilo que estava guardado dentro de nós. Seja na presença de um psicólogo ou um número indefinido de ‘amigos’ virtuais quando isso