Narcisismo
Psicopatologia do Adulto II 2008/09 (2º Semestre)
Narcisismos. Quais?
Docente: Drª. Gisela Vianna De Araújo Discente: Nuno Azevedo e Silva Nº 13791 Turma 3 4º Ano Psicologia Clínica
“…Quando eu te encarei frente a frente Não vi o meu rosto Chamei de mau gosto, mau gosto É que Narciso acha feio O que não é espelho…” Caetano Veloso Introdução Inicialmente conceptualizado por Freud (1914, cit. por Soref, 1995) como uma fase essencial no decorrer do desenvolvimento da sua teoria dos instintos, o narcisismo foi definido por este autor, no início, em termos económicos ou energéticos como o investimento libidinal do ego (Soref, 1995). Desde então, o uso do termo para designar os mais variados aspectos do self, tem sido responsável por alguma confusão. Assim, tem-se utilizado esta designação para se referir a uma perversão sexual, um estadio do desenvolvimento, um tipo de escolha do objecto, um modo de se relacionar com o meio envolvente e a vários aspectos da auto-estima (Pulver, 1970, cit. por Soref, 1995). Apesar disso, pode-se encontrar um ponto comum a todas estas abordagens e que é uma centração do interesse psicológico no self. O investimento do ego foi desviado para o self ou para a totalidade da personalidade, sendo o termo, na maior parte da literatura utilizado relativamente a questões da auto-estima (Moore & Fine, 1990, cit. por Soref, 1995). Para além disso, a escolha do termo narcisismo para designar um estadio de desenvolvimento não é ingénua, tendo em conta que as lendas de Narciso (uma do século XXVII, outra do século XIX) têm um fim idêntico: a morte (Hamilton, 1962, cit. por Trincão, 1983) ou a loucura, que corresponde a uma morte psicológica. Assim, desde sempre, tem-se considerado os estados narcísicos como o limite dos estados analisáveis (Trincão, 1983). Por estas razões, o presente trabalho pretende fazer uma breve revisão sobre o narcisismo, enquanto conceito. Forçosamente, dadas as