Narcisismo
VERBETES ‘NARCISISMO’ E COMPLEXO DE ÉDIPO’, EXTRAÍDOS DE
LAPLANCHE, J.. E PONTALIS J-.B. Vocabulário da psicanálise. São Paulo; Martins Fontes, 1994.
= D.: Narzissmus. - F.: narcissisme. - En.: narcissism. - Es.: narcisismo. - I.: narcisismo.
Por referência ao mito de Narciso, é o amor pela imagem de si mesmo.
1. O termo narcisismo aparece pela primeira vez em Freud em 1910, para explicar a escolha de objeto nos homossexuais; estes “... tomam a si mesmos como objeto sexual; partem do narcisismo e procuram jovens que se pareçam com eles, e a quem possam amar como a mãe deles os amou". A descoberta do narcisismo leva Freud a propor - no Caso Schreber, 1911 - a existência de uma fase da evolução sexual intermediária entre o auto-erotismo e o amor de objeto. "O sujeito começa por tomar a si mesmo, ao seu próprio corpo, como objeto de amor", o que permite uma primeira unificação das pulsões sexuais. Em Totem e tabu (1913) ele expressa o mesmo ponto de vista. 2. Vemos que Freud já fazia uso do conceito de narcisismo antes de "introduzi-lo" através de um estudo especial (Sobre o narcisismo: uma introdução [1914]). Mas, neste texto, é no conjunto da teoria psicanalítica que ele introduz o conceito, considerando particularmente os investimentos libidinais. Com efeito, a psicose põe em evidência a possibilidade que a libido tem de reinvestir o ego desinvestindo o objeto; isto implica que “... fundamentalmente, o investimento do ego persista e se comporte para com os investimentos de objeto como o corpo de um animálculo protoplásmico para com os pseudópodes que emitiu". Referindo-se a uma espécie de princípio de conservação da energia libidinal, Freud estabelece um equilíbrio entre a "libido do ego" (investida no ego) e a "libido objetal": "quanto mais uma absorve, mais a outra se empobrece" . "O ego deve ser considerado como um grande reservatório de libido, de onde a libido é enviada aos objetos, e que está sempre pronto a absorver