Nao sei
BENEDITA, DE MACHADO DE ASSIS
NARRATIVE, THEMATIC AND REPRESENTATIVENESS IN D.
BENEDITA, BY MACHADO DE ASSIS
Prof. Dr. Luís Alberto S. de Almeida *
Ms. Marta E. G. Scherer**
Resumo
Este artigo propõe analisar um dos Papéis Avulsos de Machado de
Assis ainda pouco explorado: o conto D. Benedita, de 1882.
Reconhecido como um dos textos que renovou a escrita no conto machadiano, a história de D. Benedita nos dá a possibilidade de relê-la em três níveis de estudo: o narrativo, o temático e o da representação social. Através de sucessivas camadas interpretativas, realizadas por meio de um tecido verbal de construção meticulosa, Machado de Assis ofereceu profundidade ao seu texto que permite essas sequências de leituras, como a que aqui apresentamos.
Palavras-chave: Machado de Assis; Conto; D.Benedita.
Aos 42 anos de idade, em 1881, Machado de Assis lançou o livro Memórias
Póstumas de Brás Cubas, considerado pela crítica o romance que marca a fase
“adulta” “madura”, enfim, inaugural de uma sequência de obras de qualidade indiscutível, que o consagraria como o maior escritor brasileiro. No ano seguinte, foi
*
Doutor em teoria literária e professor associado do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de
Santa Catarina
**
Mestre em literatura brasileira e doutoranda em teoria literária do Programa de Pós - Graduação em
Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina.
Revista ContraPonto, Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p. 165-174, dez. 2012
165
publicado o livro de contos Papéis Avulsos que, neste gênero literário, também será inaugural de uma série marcante no conjunto de seu trabalho. Papéis Avulsos teria, no âmbito do conto, o mesmo significado de renovação que Memórias Póstumas vai ter no romance. (GLEDSON apud CHALHOUB; PEREIRA, 1998, p. 25)
No artigo “A História do Brasil em Papéis Avulsos de Machado de Assis”, Jonh
Gledson afirma ser este livro a coletânea mais