nanotecnologia
A nanotecnologia, neste limiar do século XXI, está sendo aclamada como uma nova revolução tecnológica por uma onda de marketing, inclusive por parte de alguns centros acadêmicos, cuja produção efetiva pouco tem contribuído para um conhecimento mais exato e confiável sobre o tema.
Afinal, o que está se estudando e o que está se fazendo? Quais são as pesquisas em andamento e suas possíveis aplicações industriais? Mais importante ainda, quem faz as pesquisas e com que objetivos? Quem arcará com os custos? Servirão os resultados para a criação de riquezas (de quem, para quem)? Pretende-se seriamente melhorar a qualidade de vida de todos? Não se pretende parar o desenvolvimento da nanotecnologia, mas é preciso levantar algumas questões fundamentais (aliás, extensivas a todas as tecnologias de ponta) sobre suas relações com a equidade social e a qualidade do meio ambiente. Impõe-se, portanto, um processo de avaliação “ex-ante”, baseado no Princípio de Precaução, mesmo porque o quadro de diretrizes existentes referentes à produção, consumo e fiscalização de alimentos, drogas e cosméticos, bem como as condições de segurança nos locais de trabalho e o meio ambiente em geral são considerados insuficientes e a legislação pertinente arrasta-se por anos nas casas legislativas.
À luz das experiências das últimas décadas, convém esboçar um exercício de prospectiva, passando em revista as promessas e os resultados da nova onda tecnológica.
Inovação Tecnológica e bem-estar social
As inovações de maior impacto, nas últimas décadas, foram derivadas indubitavelmente da introdução da microeletrônica e de suas inúmeras aplicações no campo civil e militar. Não falta literatura sobre os aspectos econômicos e técnicos de computadores e microprocessadores e suas inúmeras aplicações em praticamente todos os setores das atividades humanas. As conseqüências sociais, contudo, não têm merecido a mesma atenção dos pesquisadores e os